Postagem rápida, quase encerrando o ano. Duas descrições não saem da minha cabeça. A descrição literária é uma arte que se encontra em desuso: para ser eficiente, precisa ser reduzida. Para ser reduzida e caber a integralidade da imagem, é imprescindível que ela seja exata. No livro do Gabriel Garcia Márquez, "Como contar um conto" … Continue lendo Duas descrições
Problemas inesperados com o Lovecraft
Após começar a revisar as histórias que escrevi em homenagem ao grande mestre do terror H.P. Lovecraft, meu amigo Tiago Maraschin apontou um problema singular: elas estão muito parecidas com o Lovecraft. Ou seja: de tanto pesquisar os temas, os estilos, a construção argumentativa, as descrições, os cenários e os cacoetes linguísticos, eu escrevi histórias … Continue lendo Problemas inesperados com o Lovecraft
Sobre o ar
Hoje, passei boa parte da manhã acompanhando a instalação de um condicionador de ar split na minha fortaleza de Teutônia, que estava sendo literalmente incendiada pelo implacável sol do verão gaúcho (existia um receio não-confessado que tamanho sol pudesse incendiar os meus livros, mas acredito que seja improvável. Em todo o caso, coloquei a estante … Continue lendo Sobre o ar
Álbum: “Beethoven’s Last Night”, de Trans-Siberian Orchestra
Sempre gostei de álbuns conceituais. São álbuns que, além da música, apresentam também uma concepção geral de tema, uma coluna vertebral de assuntos, sobre os quais oscila a música em múltiplas variações. Bem feito, um álbum conceitual tem quase o mesmo valor de um livro, pois possui história, trama, mistério, personagens, todos os ingredientes de … Continue lendo Álbum: “Beethoven’s Last Night”, de Trans-Siberian Orchestra
Ficção e realidade: um paradoxo
Ernesto Sabato escreveu: "UM DOS PARADOXOS DA FICÇÃO É característico de um bom romance que nos arraste para seu mundo, que nele mergulhemos, que nos afastemos a ponto de esquecer a realidade. E, não obstante, ele é uma revelação sobre a mesma realidade que nos rodeia!" (SABATO, Ernesto. O escritor e seus fantasmas. São Paulo: … Continue lendo Ficção e realidade: um paradoxo
Livro: “1599 – Um ano na vida de William Shakespeare”, de James Shapiro
Assim que vi o livro, o primeiro elemento que chamou a minha atenção foi a capa. Este tom acobreado, com os barcos em um final de tarde singrando o Tâmisa, conquistou-me desde o início. Quando vi a proposta do autor - pegar um ano na vida de William Shakespeare, o ano mágico em que ele … Continue lendo Livro: “1599 – Um ano na vida de William Shakespeare”, de James Shapiro
Enlouquecendo com Lovecraft
Estou finalizando uma sequência de contos com temáticas do Lovecraft. Ao contrário do trabalho realizado por outras pessoas, o método que estou usando é enlouquecedor. Além dos temas e assuntos comumente observados pelo grande Lovecraft, preciso atentar para a linguagem, os vícios narrativos, as descrições, os adjetivos, a junção de substantivos, o clima, a percepção, … Continue lendo Enlouquecendo com Lovecraft
Gramáticos, mulheres briguentas e epigramas
Lendo os epigramas de Paladas de Alexandria, escritos no século IV D.C., descubro esta preciosidade: "IX: 169 A cólera de Aquiles foi motivo, para mim também, de funesta pobreza ao me tornar gramático. Prouvera com os gregos me matasse aquela cólera antes que me arruinasse a amarga fome da gramática. No entanto, para que Agamemnon … Continue lendo Gramáticos, mulheres briguentas e epigramas
Um início como qualquer outro
Assim como devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia o descobrimento de Uqbar, este blog está nascendo da confluência de duas constatações. A primeira: Desde que lancei o meu livro de contos, "O Homem Despedaçado", pela editora Dublinense (www.dublinense.com.br), percebi a quantidade de material que deixei de fora. A vida … Continue lendo Um início como qualquer outro